Por: Lisandra Soldati

Se nascemos com pé torto e não conseguimos olhar para ele e sentimos raiva ou se negamos a existência desse pé torto por defesas naturais que nos constituem, perdemos uma grande chance de poder procurar ajuda para, quem sabe, poder melhorar esse pé! E apenas nós fazemos mal e mantemos um ciclo de autosabotagem que vai contra o autoamor.
O nosso pé ficará lá, ou sendo escondido através de sofisticados sapatos, mesmo que apertados dentro deles, ou então, funcionando como um motivo para que possamos justificar todas as infelicidades e frustrações da vida!
Gosto de usar essa metáfora como uma forma de abordar a questão da aceitação.
Poder nos olhar realmente como somos e fazer aceitação daquilo que temos e daquilo que não temos, de nossas qualidades mas também de nossos defeitos é o caminho possível para a busca de nossa evolução e crescimento.
Podermos nos olhar com uma atitude observadora e gentil sem julgamentos nos auxilia no processo de aceitação.
Somente a partir da aceitação incondicional a nós mesmos é que passamos a nos amar sem precisar buscar aprovação do outro como uma forma de autopreenchimento.
A partir do momento que nos aceitamos, nos encontramos e aprendemos a nos amar abrindo assim as portas para que o outro possa nos ver verdadeiramente. E quem sabe, a partir daí, possa acontecer o verdadeiro encontro com o outro, na aceitação também daquilo que ele é, sem querer modificá-lo.

Lisandra Soldati – Psicóloga Clinica (Porto Alegre/RS)