Por: Lisandra Soldati
Pode parecer absurdo a gente ter que prestar atenção em algo que fazemos desde que nascemos: respirar …
Vivemos um momento de rapidez, de foco no externo, de respostas imediatas, de absurda pressão por cumprimento de metas e exigências sociais que, muitas vezes acabamos incorporando para nos sentirmos aceitos e pertencentes … essa demanda toda foi nos tornando uma sociedade ansiosa, angustiada e focada no externo.
O mindfulness, ou atenção plena, técnica oficializada com as fortes influências do americano Kabat-Zinn que a trouxe para o meio científico, tem sido popularizada no Brasil nos últimos anos. Ela tem trazido, aos seus praticantes, ganhos importantes na redução de ansiedade, depressão e até mesmo como uma porta de entrada para que as pessoas possam se conhecer mais e buscar outras modalidades de terapia. Ela é muito mais do que simplesmente respirar, mas no texto de hoje vamos focar nesse elemento: a respiração!
Poder nos observar e nos percebermos sem um caráter julgador, simplesmente aceitando o momento e como ele se apresenta já é um enorme ganho. Respirar focado em seu processo respiratório. O simples fato de poder prestar atenção em como está sua respiração, percebendo a partir daí como você se sente, o que passa pela sua cabeça e como seu corpo reage é uma excelente oportunidade de estar no aqui e agora com atenção plena.
Muitas vezes, em nossa rotina agitada esquecemos até de ir ao banheiro, engolimos uma refeição se qualquer jeito, vivemos no piloto automático, sem conseguir parar para nós observarmos e fazermos a re-conexão com a gente. A respiração é o que permite essa conexão e nos ajuda a limpar a mente, controlar os batimentos cardíacos e abrandar a ansiedade. Parar e prestar atenção no modo em que respiramos nos ajuda a aceitar que que não temos controle sobre as coisas, porque às vezes temos dificuldade até de controlar a nossa respiração. Aceitar isso já é uma atitude mais generosa conosco.
Então nossa sugestão é que se possa separar um momento do dia para apenas parar, fechar os olhos e respirar. Pode ser até mesmo entre uma situação ou outra de trabalho, e por apenas um minuto. E assim vamos criando um novo hábito.
Lisandra Soldati – Psicóloga Clinica (Porto Alegre/RS)